quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Memória

Estudando sobre memória um artigo em particularmente chamou minha atenção. Logo de início a frase “... assunto está muito em voga nos dias de hoje...” e, trabalhando com grupos de pessoas com mais de 60 anos não pude deixar de fazer um link (no pensamento) entre a teoria e a prática.

O cérebro está sendo severamente estudado e não falta gente para escrever sobre o assunto. Inclua-se aí sobre memória. Se numa conversa falta alguma palavra já tem logo alguém para dizer que o “alemão” está por perto. Será que é assim mesmo?

Memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações. Para alguns estudiosos é a base do conhecimento, para outros é o que nos insere na sociedade tendo em vista que é necessário ter linguagem para ter memória. Já se perguntou alguma vez até que idade pra trás consegue se lembrar de acontecimentos? Dificilmente encontrará alguém que se lembre de algo de antes dos dois, três anos de idade, isto porque nessa fase ainda não temos a linguagem estruturada.

O armazenamento da memória não é mais creditado a todo o cérebro. Estudos que datam de meados do século passado já demonstravam que os processos de memória têm localizações específicas no cérebro humano. Veja bem, há vários tipos de memória e dependendo da questão, uma área do cérebro recebe um estímulo que aciona a memória (é mais ou menos assim). A coisa é complexa!

Memória é uma função que requer atenção. Quando se está com a atenção dirigida para alguma coisa, um assunto específico, lendo ou escutando, a mente trabalha com um processamento de informação chamado de atenção seletiva. Os diversos tipos de memória, para mantê-las ou expandi-las é necessário envolvimento emocional, esforço, energia mental, atenção, interesse etc. Sim, o interesse é muito importante. Lembra-se do tempo da escola, onde decorava a matéria para a prova? Mas o que estudou com interesse, provavelmente, está até hoje em sua memória. Daí a diferença entre decorar e memorizar.

Mas, voltando ao grupo de trabalho, este é formado por senhoras com idades variando de 67 a 84 anos, não que os homens não possam participar mas por alguma razão eles parecem preferir ficar no “clube do bolinha” ou mesmo sozinhos, em casa. Será essa a razão de cada vez mais as mulheres estarem em evidência? Enfim, o trabalho do grupo é estimulante, o aprendizado é constante, surgem assuntos diversos, ideias brotam com facilidade pois há o interesse por coisas novas, há envolvimento emocional e nenhum problema com memória.

É um momento de alegria e relaxamento que o encontro proporciona. Sonhar é bom mas não é só com a cabeça no travesseiro. Sonhar com os olhos abertos, colocar em prática, vislumbrar novas possibilidades é excelente para a mente, para o corpo e para a memória!