sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Velhice


No curso de especialização em geriatria e gerontologia (estudo do envelhecimento) assisti a uma aula sobre teorias do envelhecer e tive uma clara percepção de como a visão da velhice é deturpada. Logo de início a professora lançou a seguinte frase: “Nunca vi o sol se queixar no entardecer nem a lua chorar quando amanhece”, de Afonso Romano de Santana.

Só fica velho quem já se emocionou, se alegrou, se entristeceu, se magoou, estudou, trabalhou, educou, sugeriu, ouviu, brincou, se realizou, ganhou, perdeu, se renovou, refletiu, enfim, são tantos sentimentos, tantas emoções, tantas vivências. Velhice é sabedoria, o saber de quem já viveu.

Velho, idoso, na terceira idade, na melhor idade, seja lá qual for a nomenclatura, o fato é que a velhice faz o que a maturidade não fez. Velho não tem que ser adjetivo e sim substantivo acompanhado de adjetivo: velho alegre, velho simpático, velho bonito, velho safado.

A população brasileira está mudando, as mulheres não estão engravidando como antigamente, quero dizer, a taxa de natalidade está diminuindo e as pessoas estão vivendo mais, até 80, 90, 100 anos. Isso é para refletir e aceitar hoje o número de velhos já é alto e que daqui a 30 anos será muito maior.

Olhemos para os nossos velhos com aquele olhar de você sou eu amanhã. Sejam eles saudáveis ou não, merecem nosso respeito e dedicação pois somos seus herdeiros. Essas pessoas têm muito o que nos ensinar e ajudar a refletir sobre a vida.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Um sonho especial

Tive um sonho que me deixou impactada, um sonho especial. Quem recorda de seus sonhos sabe que nem todos são bons, gostosos, calmos ou inesquecíveis. Como diz Freud, sonho é realização de desejos, e hoje tive essa constatação. Meu inconsciente mostrou-me o quanto eu gostaria de encontrar uma pessoa, um grande amigo, um grande amor. E num sonho isso se realizou.

Encontrei-o por acaso, num lugar que parecia um banco onde eu estava aguardando para ser atendida. O ambiente era confuso, não por ser um banco mas por ser um sonho, estava sentada em frente a uma senhora que falava sem parar ao telefone e já ia começar a reclamar quando solicitaram que fosse para o andar de cima procurar por “fulana” (não me lembro do nome). Subi, identifiquei a pessoa e ainda fiquei esperando ela acabar de atender um senhor. Foi quando olhando em volta e dando-me conta do ambiente que me deparei com ele.

Estava em pé, segurando um livro e um casaco e quando me viu ambos ficamos desconcertados. Era surreal estar encontrando aquela pessoa. Estava ali na minha frente, tão claro, tão vivo que nem parecia sonho. Não houve abraço nem beijo. Conversando disse-lhe que depois de longo tempo eu havia reencontrado amigos em comum dos tempos de outrora e que todos me perguntavam por ele, queriam notícias. Ninguém sabia o que havia sido feito dele, muito menos eu. Ele então, sorrindo e meio sem jeito, com sua educação e leveza exemplares, nunca assistidas por mim em nenhum outro ser conhecido, contou-me que estava bem, tocando a vida e que havia escrito aquele livro autobiográfico. Lembro-me de ter visto bem a capa do livro, em tons que variavam do preto ao cinza claro, o nome à direita no campo superior da folha e alguns traços geométricos à esquerda e abaixo do título. O nome do autor aparecia na parte de baixo. Como era um sonho, lembro do desenho da capa, mas o nome já sumiu da minha memória.

Despedimo-nos com um forte abraço e uma emoção tomou conta de nós que, sem qualquer cerimônia, nos beijamos ali, um beijo de saudade, desculpas e felicidade por termos vivido nossas vidas, não como sonhávamos na juventude mas na correnteza da vida, seguindo a maré. Acordei com uma gostosa sensação de desejo realizado, daquelas que fazem a gente querer continuar sonhando. É.... Freud tinha razão!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sem energia elétrica

No prédio onde moro está sendo realizada uma obra para melhorar a qualidade e o fornecimento de energia elétrica ao edifício. E aí percebo que estou sem energia elétrica em minha casa. E a geladeira, televisão, microondas, sanduicheira e o telefone não estão funcionando. Isso sem falar no microcomputador e na internet.

Como escrever sem microcomputador e internet? Cheguei a pensar na velha máquina de escrever . Aos mais novos, já na faixa dos 30 anos, máquina de escrever é um instrumento com letras e tipos que batidos em cima de uma fita de pano marcavam as letras em uma folha de papel (ainda tenho uma dessas em casa). Também pensei em escrever à mão. Por que não? Lápis, caneta, papel são instrumentos usados para escrever. Não é só o editor de texto do computador que escreve.

Ah! conscientizo-me de que aqui e agora não tem energia elétrica. Mas tem a minha energia. Tem lápis e lapiseira (adoro escrever à lápis), borracha, caneta e papel. Tem papel pautado e sem pauta. Colorido e branco. Conscientizo-me que ainda não tem reciclado. Tem mesa e prancheta. Tem luz do sol. E principalmente minhas idéias. São tantas que está difícil organizá-las.

Conscientizo-me de que estou impregnada de energia elétrica, que vem por fios e cabos. As notícias do mundo chegam por aí mas também chegam pelo jornal em papel impresso. Posso sair e comprar um ou mais jornais. Ler com a luz do sol na praça ou em casa. Notícias de amigos e parentes, que também chegam por cabos de energia elétrica, aqui e agora só se for pelo celular. Ha há há... o celular que graças à energia elétrica está com a bateria carregada e pode fazer e receber ligações. Ó céus! Como viver sem energia elétrica?

Às vezes me pergunto: como vivi até agora sem internet? Ora, do mesmo modo como estou aqui e agora. Como meus pais me educaram, meus avós aos meus pais e assim por diante. Tá certo que com energia elétrica as coisas andam mais rápido e levam facilidades aos lugares mais distantes.

Mas e daí? Agora não tem energia elétrica e estou agindo de acordo com minhas idéias, com minha própria energia. Conscientizando-me de que posso fazer muitas coisas como olhar para mim mesma. Sim, pois nesse caso a energia elétrica atrapalha, distancia, desconcentra, me atrai para, num computador ligado à internet, clicar e em segundos ir ao outro lado do mundo, ir até mesmo a outros planetas. Ir a realidades diferentes da minha, ler textos inteligíveis, ver personalidades conturbadas, tudo tão concreto, tão insípido, tão fora do meu alcance...

É, a falta de energia elétrica está servindo para conscientizar-me de selecionar melhor o uso dos materiais elétricos, não só para uma utilização ecologicamente aceita como também para preservar minha própria energia, minha luz, meu Eu.

sábado, 14 de maio de 2011

Mais sobre estresse (stress)

Recebi essa mensagem e decidi compartilha-la pois a considerei como uma forma bem humorada de evitar o estresse (stress). Encontrem sua fórmula!

"Em uma conferência, ao explicar para a platéia a forma de controlar o
estresse, o palestrante levantou um copo com água e perguntou:

-"Qual o peso deste copo d'água?"

As respostas variaram de 250g a 700g.

O palestrante, então, disse:

- O peso real não importa. Isso depende de por quanto tempo você segurar o
copo levantado.

Se o copo for mantido levantado durante um minuto, isso não é um problema.

Se eu o mantenho levantado por uma hora, vou acabar com dor no braço.

Mas se eu ficar segurando um dia inteiro, provavelmente eu vou ter cãibras
dolorosas e vocês terão de chamar uma ambulância."

- "E isso acontece também com o estresse e a forma como controlamos o
estresse.

Se você carrega a sua carga por longos períodos, ou o tempo todo, cedo ou
tarde a carga vai começar a ficar incrivelmente pesada e, finalmente, você
não será mais capaz de carregá-la.

Para que o copo de água não fique pesado, você precisa colocá-lo sobre
alguma coisa de vez em quando e descansar antes de pegá-lo novamente.

Com nossa carga acontece o mesmo.

Quando estamos refrescados e descansados nós podemos novamente transportar
nossa carga.

Em seguida, ele distribuiu um folheto contendo algumas formas de administrar as cargas da vida, que eram:

1 * Aceite que há dias em que você é o pombo e outros em que você é a
estátua.

2 * Mantenha sempre suas palavras leves e doces pois pode acontecer de
você precisar engolir todas elas.

3 * Só leia coisas que faça você se sentir bem e ter a aparência boa de
quem está bem.

4 * Dirija com cuidado. Não só os carros apresentam defeitos e têm recall
do fabricante.

5 * Se não puder ser gentil, pelo menos tenha a decência de ser vago.

6 * Se você emprestar R$200,00 para alguém e nunca mais vir essa pessoa,
provavelmente valeu a pena pagar esse preço para se livrar dela.

7 * Pode ser que o único propósito da sua vida seja servir de exemplo para
os outros.

8 * Nunca compre um carro que você não possa manter.

9 * Quando você tenta pular obstáculos lembre que está com os dois pés no
ar e sem nenhum apoio.

10 * Ninguém se importa se você consegue dançar bem. Para participar e se
divertir no baile, levante e dance, pronto.

11 * Uma vez que a minhoca madrugadora é a que é devorada pelo pássaro,
durma até mais tarde sempre que puder.

12 * Lembre que é o segundo rato que come o queijo - o primeiro fica preso
na ratoeira. Saiba esperar.

13 * Lembre, também, que sempre tem queijo grátis nas ratoeiras.

14 * Quando tudo parece estar vindo na sua direção, provavelmente você
está no lado errado da estrada.

15 * Aniversários são bons para você. Quanto mais você tem, mais tempo você
vive.

16 * Alguns erros são divertidos demais para serem cometidos só uma vez.

17 * Podemos aprender muito com uma caixa de lápis de cor. Alguns têm
pontas aguçadas, alguns têm formas bonitas e alguns são sem graça. Alguns
têm nomes estranhos e todos são de cores diferentes, mas todos são lápis e
precisam viver na mesma caixa.

18 * Não perca tempo odiando alguém, remoendo ofensas e pensando em
vingança. Enquanto você faz isso a pessoa está vivendo bem feliz e você é
quem se sente mal e tem o gosto amargo na boca.

19 * Quanto mais alta é a montanha mais difícil é a escalada. Poucos
conseguem chegar ao topo, mas são eles que admiram a paisagem do alto e
fazem as fotos que você admira dizendo "queria ter estado lá".

20 * Uma pessoa realmente feliz é aquela que segue devagar pela estrada da
vida, desfrutando o cenário, parando nos pontos mais interessantes e
descobrindo atalhos para lugares maravilhosos que poucos conhecem.

A propósito, desconheço a autoria.

terça-feira, 22 de março de 2011

Quem está com estresse? Eu?

Atualmente cerca de 75% a 90% das queixas nos consultórios médicos são por problemas relativos ao estresse que, na verdade, não é uma doença em si mas uma forma de adaptação e proteção do corpo contra agentes externos ou internos. Ansiedade, por exemplo, é um dos componentes psíquicos do estresse, juntamente com o medo, pânico, apreensão, angustia, dentre outros.
O estresse fora de controle pode desestabilizar sua vida em família, no trabalho, com os amigos, causando problemas de saúde como pressão alta, gastrite e outras doenças. O organismo feminino, por exemplo, pode ser muito afetado devido à correria e o acúmulo de múltiplas funções – cuidar da casa, dos filhos, trabalhar fora. Seus sinais podem aparecer de maneiras diversas pois cada pessoa tem uma sensibilidade diferente. O conceito de estresse não é novo mas foi no século XX que estudiosos das ciências biológicas e sociais iniciaram uma investigação mais detalhada levando em consideração que saúde é o bem estar físico e psíquico do indivíduo, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).
O estresse pode ser positivo ou negativo e ambos causam reações físicas similares. A grande diferença é no campo do emocional, pois o negativo baixa a auto estima deixando o indivíduo intimidado, perturbado, fazendo com que se anule ou fuja da situação e o positivo faz com que a pessoa se anime, fique motivada e lide bem com as situações da vida.
A personalidade da pessoa é fator preponderante na instalação do estresse pois depende de uma dinâmica psicológica particular e está ligado a sua história pessoal, seja vivenciando um momento de alegria ou de tristeza. É possível lidar com o estresse negativo, mesmo com a vida agitada de hoje em dia, através de técnicas a serem usadas sob a orientação de profissional qualificado. Conheça-se e valorize sua vida!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Comunicação Truncada

Aliás não é nem truncada , é inexistente. Convivência difícil, sem palavras, que fica apenas na imaginação e nas necessidades do dia-a-dia. O show tem que continuar, mesmo sem platéia. Estamos sempre sendo testados no amadurecimento, na sabedoria, nos relacionamentos, nas situações provocantes em casa e no trabalho que muitas vezes nos tiram do sério. É a velha máxima do “diabinho” que fica falando no pé do nosso ouvido.
Quantos momentos não aconteceram em repetição e as nossas reações foram as mesmas? Achamos que estamos bem na fita e aí outra vez aquela situação e o que fazemos? Repetimos o mesmo padrão.
Quantos por aí vivem como se estivessem num palco representando ora o papel de alegre, ora de triste, de vítima, de qualquer coisa boa ou ruim... e quantos não ficam só de observadores. Representações acompanhadas de angústia de não serem como gostariam de ser, de não se aceitarem como são e sozinhos, sem comunicação, não irão enxergar o que pode ser melhorado.
Quantos percebem a essência, a alma, o interno, o verdadeiro? Quantos percebem e fazem algo para melhorar? Rezar, orar, estudar, dançar, praticar a caridade... enfim, estar no meio de outros, se comunicar.
“Se a vida dependesse do nosso saber consciente, há muito ela teria desaparecido. Todas as coisas vivas sabem sem saber. Sabe a aranha tecer sua teia sem ter aprendido. Sabe o joão-de-barro fazer sua casa sem ter ido à escola. Sabe o corpo da grávida fazer a criança sem ter lido livros de embriologia.....Só podemos falar porque, no ato de falar, nada sabemos de gramática. A fala veio antes. O saber gramático veio depois. O saber é sempre posterior à sabedoria”. (Rubem Alves, Variações sobre o prazer, pg. 75)